segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Prefeito justifica o aumento mas não garante toda frota com ar até 2016


Extra

A partir de amanhã, o aumento de R$ 3 para R$ 3,40 nas passagens de ônibus está garantido. Já o cumprimento da antiga promessa da prefeitura de que toda a frota terá ar-condicionado até 2016 ainda é incerto. Ontem, durante a posse do governador Luiz Fernando Pezão, o prefeito Eduardo Paes atribuiu o aumento de 13,3% na tarifa — o maior em dez anos —, à gratuidade e à necessidade de refrigeração dos veículos. Mas não garantiu que a meta será atingida até o ano das Olimpíadas, como prevê decreto de fevereiro de 2014.
— Eu só consigo dizer se vamos conseguir atingir a meta com a revisão tarifária do ano que vem, quando teremos cinco anos de contrato com os consórcios. Exigir 100% da frota significa um custo maior — advertiu.
No decreto, o prefeito oficializou a ideia — uma promessa de campanha em 2012 — de transformar todos os “quentões” em “geladões” até 2016.
Desde 2012, o aumento de despesas para equipar a frota com ar-condicionado é usado pela prefeitura como argumento para os reajustes.
Apesar disso, os veículos refrigerados ainda representam apenas 26,7% da frota. O avanço em um ano foi de 8,2%. Para cumprir a meta, é preciso equipar mais 73,3% dos 9.028 ônibus do Rio.
- Enquanto isso, passageiros como a dona de casa Marcia da Silva, de 34 anos, sentem na pele o verão do Rio. Ontem, ela sofreu no 355 (Madureira-Praça Seca) com marido e filhos pequenos.
— Elas passam mal no ônibus, com a pressão baixa.
‘Reajuste parece abusivo’, diz defensor
A difícil rotina de Márcia também é a de passageiros como a autônoma Dayse Leon, de 53 anos. Moradora de Bangu, ela não acredita na promessa de que todos os ônibus terão ar refrigerado e reclama dos veículos das linhas 741 (Barata-Bangu, via Murundu) e 743 (Barata-Bangu, via Água Branca), ambos da Autoviação Bangu.
— São ônibus com aparência velha, bancos rasgados e soltos e até com vidros sujos.
De olho no aumento também está a Defensoria Pública do Rio, que poderá questionar o aumento na Justiça.
— Em uma análise preliminar, sem conhecer a planilha que baseou o aumento, parece um reajuste abusivo por estar acima do aumento do salário mínimo e dos índices de correção da inflação oficiais e divulgados — analisa o defensor Fabio Schwartz.
Ônibus sem ar-condicionado em ponto da Rua Francisco Real, em Bangu
Ônibus sem ar-condicionado em ponto da Rua Francisco Real, em Bangu Foto: Fábio Guimarães / Extra
‘Levo litros de água gelada na minha bolsa’
Márcia da Silva, de 34 anos, mãe de Pietra e Artur
“As crianças reclamam o tempo todo do calor dentro do ônibus. Não tenho muito o que fazer. Uma saída é congelar quatro litros de água em casa e levar para elas numa bolsa térmica que está sempre com a gente no ônibus. Caso contrário, ninguém aguenta. Nem eu”.
Respostas
Vistorias anuais
A Secretaria municipal de Transportes informa que faz vistorias anuais nos ônibus e pede que a população denuncie pelo número 1746.
Instalação de ar
Já o Rio Ônibus alega que, até novembro, era de 28% o percentual de ônibus com ar, o que “constitui a maior frota equipada com refrigeração do país”.
Empresas
Os responsáveis pela Autoviação Bangu e a Viação Madureira Candelária, responsável pela linha 355, não foram localizados.


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