domingo, 29 de junho de 2014

Acordo com a FIFA teria garantido catraca-livre em greve em Curitiba

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

ônibus
Ônibus em Curitiba. Catraca livre só teria ocorrido por causa da Copa do Mundo. Foto: Adamo Bazani.
Acordo com a FIFA teria garantido “Catraca Livre” em Curitiba
Prefeitura autorizou bancou o funcionamento dos ônibus metropolitanos e municipais no dia que teve jogo da Copa
ADAMO BAZANI – CBN
O primeiro dia de greve dos trabalhadores de transportes em Curitiba e Região Metropolitana teve “catraca-livre”, sem interrupção dos serviços na Capital nas cidades vizinhas que fazem parte da RIT – Rede Integrada de Transporte.
A paralisação somente dos cobradores e não dos motoristas, de responsabilidade do Sindimoc – Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana, custou R$ 2,484 milhões aos cofres públicos.
A prefeitura autorizou e bancou a circulação sem a cobrança de tarifa.
Já no segundo dia, sexta-feira, nenhum ônibus saiu às ruas pela manhã e a frota foi liberada aos poucos por determinação judicial.
De acordo com matéria do Paraná On Line, no entanto, na quinta os serviços teriam sido garantidos por causa de um acordo entre as prefeituras e a FIFA.
As cidades-sedes e a FIFA assinaram um documento com várias cláusulas.
No item 22, as prefeituras se comprometem a oferecer transportes integralmente nos dias de jogos:
“22: Ônibus e Trens: A Cidade-Sede, à medida que tenha autorização, garantir que tais ônibus e trens locais e nacionais que se conectam a Cidade-Sede e/ou operam dentro da Cidade-Sede:
(a) Estejam funcionando COMPLETAMENTE em todos os dias de Jogo na Cidade-Sede; e
(b) Continuem a funcionar por um período mínimo de 4 (quatro) horas após o final de cada jogo realizado na Cidade – Sede” – diz o documento que pode ser consultado no próprio site da prefeitura: http://www.curitiba.pr.gov.br/multimidia/00135824.pdf
Na quinta-feira, primeiro dia de greve, jogaram na Arena da Baixada, em Curitiba, Argélia e Rússia, às 17 horas.
Na sexta-feira, não houve jogo e não houve ônibus pela manhã.
A prefeitura diz que no primeiro dia de greve só autorizou a catraca-livre para que não houvesse prejuízo a nenhum passageiro, sendo ou não torcedor, mas que no segundo dia, não havia condições financeiras de manter a circulação dos ônibus sem cobrança de tarifa.
As empresas de ônibus disseram nesta sexta-feira que os sindicalistas impediram a saída dos veículos com a equipe completa: motorista e cobrador.
Já o Sindimoc – Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana, afirmou que a greve era somente dos cobradores, apesar de as reivindicações englobarem toda a categoria.
No início da noite de sexta-feira, houve acordo entre Sindimoc, Setransp – Setransp – Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana e Urbs – Urbanização de Curitiba S.A., gestora do sistema, e a greve foi encerrada.
Na quinta-feira foi a primeira “catraca-livre” na história das greves de transportes de Curitiba e Região Metropolitana.
NATAL NÃO TEVE ÔNIBUS APESAR DE JOGO:
Já em Natal, no Rio Grande do Norte, apesar de um jogo de Copa do Mundo, a greve de motoristas e cobradores continuou.
Na ocasião, em 24 de junho, quando jogaram na Arena das Dunas, Uruguai e Itália, nenhum ônibus saiu para as ruas.
Os rodoviários já estavam parados havia quase duas semanas e nesta última quinta-feira, dia 26, a categoria decidiram voltar ao trabalho.
O TRT – Tribunal Regional do Trabalho considerou a greve abusiva e determinou uso de Força Policial para que a saída dos ônibus das garagens não fossem impedidas.
Os motoristas e cobradores pediam 16% de aumento salarial e aumento o vale-refeição de R$ 197 para R$ 450.
Sem acordo com as empresas de ônibus, a Justiça Trabalhista estipulou aumento salarial de 7,32% e de R$ 10 no vale.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Rio Grande do Norte – Sintro RN aceitou o reajuste salarial, mas ainda diz que o aumento no vale é insuficiente.
Uma nova audiência no TRT deve ocorrer nesta segunda-feira, dia 30 de junho.
Tanto Curitiba como Natal não vão mais sediar jogos da Copa.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

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