terça-feira, 25 de junho de 2013

CNH de motoristas de ônibus e caminhões pode ter prazo menor para motoristas obesos


Fonte: Paraná Online

O prazo da habilitação para quem dirige veículos de carga e de transporte de passageiros pode ser menor se o motorista estiver acima do peso. A norma do Departamento de Trânsito (Detran) leva em consideração o índice de massa corpórea (IMC) - um indicador da existência de distúrbios do sono - e divide a opinião de especialistas. Dados do Ministério da Saúde apontam que a proporção de pessoas acima do peso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%.


De acordo com o endocrinologista Henrique Suplicy, os obesos têm maior propensão a desenvolverem a chamada apneia do sono. “A apneia do sono é uma condição em que a pessoa para de respirar durante a noite e superficializa o sono. Como ela não descansa direito durante a noite, acaba afetando o sono durante o dia, o que prejudica o trânsito”, comenta.


Suplicy discorda do método utilizado pelo Detran. “Não vejo vantagem em diminuírem a validade da carteira, pois se a pessoa permanece obesa, permanece com apneia. Se está na mesma condição, revalidar não faz a mínima diferença”, avalia. Para diagnosticar a apneia é necessário um exame chamado polissonografia. “A pessoa precisa ir ao laboratório e dormir lá para avaliar a qualidade do sono. Não vejo como o Detran possa exigir esse exame, pois é economicamente inviável”, destaca.

O endocrinologista acredita ainda que o IMC não seja um bom parâmetro para essa avaliação. “Existem outras condições, como se a condição do pescoço é mais curta, gordura na região cervical. Existem grandes obesos que não têm apneia e pessoas com peso relativamente pequeno que possuem”, complementa Suplicy.

Já a presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Paraná, Gisah Amaral de Carvalho, considera a medida positiva, pois seria um meio de verificar a saúde do paciente com maior frequência. “A medida é boa, porque o paciente que tem obesidade está mais sujeito a outras comorbidades, como a hipertensão e a diabetes, e precisa ter avaliação em intervalos menores”, afirma.

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